O Brasil possui uma enorme zona territorial e, por consequência, muito espaço vazio para construção. E isso se reflete em diversas cidades brasileiras, que também possuem muitos espaços vazios urbanos. Como aproveitar isso de forma consciente? Uma dica seria transformar em espaços para a agricultura social.
É um tema recorrente em nosso blog falar sobre arquitetura sustentável e como os arquitetos e urbanistas de hoje em dia estão buscando colocar em seus projetos saídas que preservem o meio ambiente. Isso reflete em como o ser humano se relaciona com o seu meio de moradia, seja ele urbano ou rural.
A agricultura urbana surge neste meio quando discutimos espaços vazios urbanos, que surgem no decorrer do tempo, como projetos de desenvolvimento urbano e social.
Quer entender mais sobre o assunto? Confira no decorrer deste artigo.
Os desafios ao longo dos anos
A escassez de recursos naturais que encontramos no século XXI surge como um dos principais desafios dos principais grandes centros. Isso impacta completamente em como oferecer alimentos mais saudáveis e baratos aos moradores das cidades.
Mesmo com os chamados cinturões verdes, que são áreas agricultáveis ao redor das metrópoles, o abastecimento pode não ser o suficiente e, além disso, não são sustentáveis na otimização dos espaços.

No entanto, a necessidade de que a produção ocorra dentro das próprias cidades é real. Desta forma, ao longo dos anos algumas soluções vêm sendo desenvolvidas como a implementação de hortas orgânicas e telhados verdes, implementando a otimização de espaços em residências e edifícios comerciais.
O que são espaços vazios urbanos?
A própria Constituição Federal de 1988, garante, em seu artigo 182, que todas propriedades urbanas devem cumprir sua função social. E em grandes cidades, como em São Paulo, por exemplo, encontramos diversos espaços não edificados ou até mesmo edificados, mas sem função social.
Estes espaços, inclusive, aparecem até mesmo em regiões centrais e valorizadas das cidades, o que faz com que ocorra expansão e espraiamento exagerado e desnecessário da malha urbana.
O próprio Estatuto das Cidades prevê mecanismos que evitem que estes vazios urbanos existam. Porém, a política pública e municipal deve trabalhar para que estas medidas sejam cumpridas.
As vantagens da implementação da agricultura urbana
Adotar a agricultura urbana em espaços vazios ajuda a baratear, inclusive, o produto final, onde o consumidor consegue comprar os alimentos do próprio fornecedor, muitas vezes sem o uso de agrotóxicos e fertilizantes.
Este modelo ajuda a diminuir, inclusive, a poluição e captura de carbono, pois há um menor desperdício de transporte com logística para trazer estes alimentos de longas distâncias.
O reuso de água de chuva ainda é usado, pois estas hortas ainda utilizam de alternativas mais simples para se manter, além do fato de ajudar a recuperar espaços ociosos presentes nestes grandes centros.
A sociedade como parte da agricultura urbana
Apesar da dependência de uma força do poder público municipal para estes projetos, a sociedade civil ainda pode exercer um grande papel como protagonista. Pequenos grupos de vizinhos, por exemplo, podem se reunir, plantar e administrar hortas comunitárias.
Estes projetos ainda enfrentam dois problemas: a melhora na qualidade da alimentação e a ocupação social de espaços urbanos vazios.
Com as pessoas se preocupando cada vez mais com a saúde e a alimentação, a qualidade de vida é uma busca constante. Este conceito ainda trabalha a saúde mental, pois ajuda a viver em sociedade e nos coloca em contato com o meio ambiente e outras atividades na natureza.
Projetos de ocupar espaços vazios urbanos para a arquitetura urbana requalifica estes locais, incentivando o investimento em áreas públicas ou privadas que estavam ociosas ou subaproveitadas. Estes espaços se tornam locais de convívio e lazer para a população.
Além disso, utilizar estes vazios urbanos ajuda a diminuir as desigualdades em países como o Brasil. Quando a sociedade cria sistemas de evitar que eles existam é uma forma de tentar diminuí-las. Porém, nada mais seria melhor que utilizá-los para produzir alimentos.
A oferta de alimentos a preços menores e mais acessíveis pode ser um caminho para diminuir este sério problema, além de ser uma alternativa de empregar pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Outra questão é a possibilidade de ofertá-los à alimentação escolar, o que garante alimentos de qualidade com menores custos ao setor público.

Conclusão
Oferecer este tipo de alternativa ajuda demais a fazer crescer a estimativa de vida da população, trabalhando em conjunto com a saúde física por meio da alimentação saudável, e da saúde mental, pelo convívio social.
A arquitetura é fundamental para isso, desenvolvendo alternativas para que a sociedade viva em conjunto e permaneça buscando melhorar para as próximas gerações.
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